27 de novembro de 2010

Sinais x Risco



Até que ponto os sinais são sinais, e quando eles viram falta de coragem de encarar as dificuldades, falta de persistência?

Quero dizer, nem tudo acontece de mão-beijada. Às vezes precisamos fazer esforços para obter aquilo que queremos, e isso só depende do quanto queremos e o quão longe estamos dispostos a ir pra isso.

O problema é que muitas vezes, situações inesperadas simplesmente aparecem como mais um obstáculo no nosso caminho. É aí que paramos para pensar duas vezes antes de continuar “Será isso um sinal para me indicar que essa não é uma boa escolha?” ou “Nem isso me impedirá de ter o que tanto desejo”.

É que para alguns “pagar para ver” é muito mais válido que passar o resto da vida imaginando o que teria acontecido. Para outros a situação cômoda de permanecer assim seguro, no que já conhece, e não correr o risco de arrependimento, facilmente se “escondem” no fato de receber um sinal para indicar o caminho, eventualmente estando correta e contando vantagem de dizer “eu sabia, eu estava sentindo”.

É certo que nada acontece ao acaso. A questão é: Qual o acaso certo?

A estrada da vida possui placas indicando direções e o modo como devemos conduzir, mas também, em alguns desses caminhos sentimos a falta delas ou encontramos buracos, desvios, distrações.

No fim das contas, temos que nos apoiar em probabilidades e tentativas de prever as conseqüências, para finalente... arriscar ou arriscar.

Laura Calheiros Gomes Ribeiro

10/11/2010

18 de abril de 2010

Saudades de minha boba vida


Saudades de minha mente ignorante. Saudades de quando ela não sabia de quase nada.

E sem experiência ela não podia mandar.

Mas o tempo passa. Passou. E ela herdou o patrimônio da minha bomba de vida, que tristemente se aposentou.

Não fez nada além de seguir a evolução da sociedade, a revolução digital. Meu chip está no comando, o mecanismo em segundo plano.

E minha mente infelizmente, funciona na matemática. Razão esta, que por mais precisa que seja sempre será incerta.

Pensei em trocar meu coração, mas não. Não! Quero que meu bom e velho reassuma posição.

E quero formatar meu chip. Deixar salvo apenas lembranças felizes, e nenhum resultado de minhas ações.

Quero botar óleo no meu coração! E reaprender tudo. Agir com felicidade e experimentar. Sem me preocupar com o que vai causar.

Ser boba, inocente. E reaprender a viver.

Finalmente entendi o significado, que já dizia um velho sábio,

Para vida, devo sentir com minha mente, e pensar com meu coração

Laura Calheiros, 18 de abril de 2010

22 de março de 2010

Poisoned



Olhe diretamente dentro de mim. Verá que na altura da barriga algo a faz congelar, e solta uma brisa que a faz arrepiar.
E se olhar mais encima, na altura da cabeça, talvez você descobrirá (me explique se puder), o vírus ou a falha que me dá um pani no sistema de idéias, e metade do cérebro fica em blackout, transmitindo puras besteiras à minha boca. Só besteiras.
Talez descubra onde é o vazamento que faz a água escorrer nos canais da boca (é baba), e nos canais da pele (é suor de nervoso).
Ah é! O nervoso deve vir das placas batendo constantemente. O que as causam? Vem do mesmo vento da barriga?
Talvez encontre o DJ que insiste em remixar com minhas cordas vocais, o famoso disco enganchado. Me dá uma gagueira!
Descubra porque mesmo com toda essa muvuca acontecendo, algo muito eficiente insiste em trabalhar lustrando meus olhos. Eles brilham sem parar. E faz até cócegas, pois não paro de sorrir.
Aí meu coração enlouquece e tenta trabalhar dez vezes mais para tentar ajustar o sistema. Aí não dá muito certo porque sua velocidade fora do normal cria correntes de ar entrando e saindo cada vez mais rápido pelo nariz e pela boca. É difícil respirar. Nisso, também deixa (como qualquer vento), tudo quanto é cabelo em pé. Tudo arrepiado.
Agora, se você não conseguir... Soube de um boato.
Ouvi dizer que é culpa de uma substância liberada pelo corpo na presença de alguns específicos indivíduos da mesma espécie.
E a solução? Ou o afastamento (causando dor passageira com a eliminação aos poucos do líquido), ou o antídoto encontrado apenas na boca desse outro indivíduo (dosagem que deve ser tomada regularmente). Não só estabiliza o sistema, como também traz surtos de felicidade.
Efeitos colaterais: Possibilidade de eliminação lenta e indolor do líquido. ou bem-estar e qualidade de vida prolongados.
Aviso: O causador do efeito, doador do antídoto, está sujeito, com 99% de possibilidade, à dividir o líquido com a vítima durante o tratamento. Desfrutando assim, dos mesmos sintomas.

Laura Calheiros, 22 de março de 2010