24 de julho de 2009

Com vocês... na tela de hoje...

Abandonada. Olhando agora de fora do mundo. Olhando diante duma tela para um filme do qual foi jogada para fora.
Há quem te espere lá dentro... Quem te procure na cena em que antes estava e que como mágica o deixou vazio. É uma dos únicos personagens em seu filme que lhe fazem falta realmente. E que te fazem querer mergulhar novamente naquele quadrado que ilumina e ilude, a vida.
Há os que não notam. Ou notam, e esquecem.
Os que deixam passar despercebido, e os que fingem se importar.
Além dos que nunca se importaram. Ou os que nem sabiam da existência (São meros figurantes, assim como também é para eles)
Agora não sabe o que é, o que quer ser, e por que deveria participar ou não disso.
É um espetáculo que não criou, mas que desde sua primeira atuação ajuda a escrever, e a dirigir.
Às vezes foge do esperado, e é preciso dar uma bronca. QUE BRONCA!
Às vezes acaba-se a criatividade e deixa o improviso correr solto.
Às vezes empresta seu lápis para que façam em seu lugar. E reza para que saibam fazer poesia, literatura... Qualquer coisa que faça digna sua história. Importante, memorável.
A pergunta aluga um espaço todos os dias em sua cabeça “entro ou não, entro ou não. O que farei lá?”.
Assistindo a esse filme se emociona, tem raiva, decepciona-se, ri.
Logo percebe e o efeito da representação naquele lugar a transformou, até mesmo quando está aqui fora.
Pois a água tende a sair de seu rosto (são lágrimas tão reais, salgadas e quentinhas como a água do mar. Nossa! A água do mar, lembra a boa sensação de nadar).
Pois o sangue lhe sobe a cabeça e o corpo sente vontade de soltar energia, batendo em algo, jogando algo Que vontade de concertar o que está errado. De ensinar o bem aos que precisam.
Pois um barulho esquisito deixa sua boca aberta e sem ar, e enche sua alma. Faz tudo parecer maravilhoso. Os amigos em volta de uma mesa rindo da simplicidade de viver. Tão bom!
Pois os personagens que te esperam precisam de você. E você precisa deles. É um buraco nessa massa aqui de fora. É sem gosto. É sem cor.
O que espera, o que espera? Nada mais a questionar.
Quer o cachê de volta. Ou não. Pula até de graça. Quer essa experiência incrível. Essa oportunidade que não mais virá (assim por enquanto acha).
Viver.

8 de julho de 2009

Easy to fall, hard to keep

Lembro da primeira vez, que veio de repente, sem avisar. As pernas tremiam. O sangue subia na face, e o suor frio transpirava sobre a boca. Pergunto-me se todos perceberam, mas até hoje não tenho a mínima idéia. Na hora nada tinha foco, a mente não funcionava, e a paralisação do corpo acabava sendo a melhor reação. Qualquer movimento ou qualquer palavra que pulasse boca a fora, poderia ser catastrófico.
Essa situação tão esperada, e tão difícil de ser explicada... Ela durou pouco tempo. Mas viciou. Fortes doses dela passaram a ser injetadas em meu corpo constantemente. Circulava em minhas veias e eu já sabia... É para sempre.
Acontece que por um simples problema de evolução, nós, seres humanos, somos capazes de nos acostumar com qualquer situação. Acostumei-me. Tarde demais. O que se pode fazer?E tudo virou um jogo. As pernas, o rosto, a barriga, todos fazem parte desse complô.Adéquam-se às ocasiões, e possuem vontade própria. Até ignoram, se assim eu desejar.
Aqui está o novo prazer. É a graça de gerar a graça.
Encontrei então um novo dilema. Esse jamais se resolverá. Não há quem arrisque solucionar. Teorias, ilusão, e pura conspiração foram criadas para tentar disfarçar
Easy to fall in love. Hard to keep loving.