
Na rua. Nunca pensei.
Estou na rua e minha alma tem frio. Nunca pensei.
A colcha agora está rasgada.
As mãos engilhadas.
Os lábios roxos tentam esconder o bater dos dentes.
Nao conseguem. Nunca pensei.
Meus olhos expressam o branco interior. O branco exterior, vazio.
O interior é vazio.
Meu corpo tende a curvar.
Minha mente começa a desistir de resistir, de estender a mão.
Não penso. Nunca pensei.
Não solto mais nenhuma palavra.
O som congelaria no ar.
Conformação com o que me resta.
Não. Foi tudo em vão.
Nunca pensei, e em instantes nunca mais pensarei.
Laura Calheiros, 21 de Maio de 2009
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